(Leia também informações sobre os nossos programas pré parto – onde abordamos este e outros temas)
Não é possível prever a data precisa do parto. Mas, na “hora H”, a Natureza dá o alerta: contrações fortes e pouco espaçadas e/ou o rompimento da bolsa de águas. Dentro de poucas horas o bebé estará nos braços da sua mamã. Contudo, não é possível determinar ao certo quanto tempo irá durar o trabalho de parto, nem mesmo como será a experiência do parto. Ainda assim, há informações importantes que podem ser imprescindíveis para a preparação de todo o trabalho de parto. O trabalho de parto divide-se em três fases diferentes, não existindo qualquer regra para a duração de cada uma. Na primeira fase, sucedem-se as contrações que levam à dilatação do colo do útero. Depois vem a segunda, a da expulsão, quando a mulher tem de fazer força. A terceira fase é a saída da placenta, após o nascimento do bebé.
1ª Fase: Dilatação do colo do útero
Quando as contrações começam a surgir em intervalos regulares, o colo do útero começa a dilatar. Assim, entrou oficialmente em trabalho de parto. Geralmente, esta é a etapa mais longa do trabalho de parto, podendo demorar entre 12 a 16 horas, às vezes mais, quando se trata da primeira gravidez, e divide-se em três fases: a fase inicial, a fase ativa e, por fim, a fase de transição ou parto ativo.
Fase inicial
Irá começar a sentir contrações ligeiras, entre 40 a 50 segundos, e espaçadas, a cada 10 minutos. Progressivamente, o bebé é empurrado em direção ao canal de parto e as contrações vão-se tornando mais intensas e dolorosas. Durante a fase inicial, a mulher atinge os 3 cm de dilatação e geralmente a bolsa de águas “rebenta”. É ainda possível que sinta algum mal-estar ou falta de apetite. Porém, é fundamental manter-se hidratada e com bons níveis de energia. Tente também relaxar o máximo que puder, lutando contra a ansiedade excessiva. Não precisa de sair de casa a correr para o hospital; basta simplesmente contactar o médico e informá-lo do intervalo e duração das contrações. Dicas:
- Faça refeições leves e nutritivas e beba muita água ao longo do dia;
- Cronometre os intervalos e duração das contrações;
- Mantenha-se calma e tente aliviar a dor e a tensão, aproveitando para tomar um duche, dar uma volta a pé, meditar, exercitar a respiração, ver um filme ou tratar dos últimos preparativos;
- Caso as dores e o desconforto aumentem significativamente, deverá dirigir-se para a maternidade, evitando conduzir.
Fase ativa
Nesta fase, a grávida dá finalmente entrada nas urgências do hospital. Assim que chega, a grávida passa por um exame minucioso, na sala de observação. O médico ou enfermeira-parteira vai querer saber quando é que rompeu a bolsa e como estão a evoluir as contrações. É medida a tensão arterial, a frequência cardíaca, a temperatura e a altura do útero. Depois é monitorizada através do cardiotocógrafo, que avalia o bem-estar fetal a partir dos batimentos cardíacos do bebé e, ao mesmo tempo, a periodicidade das contrações. O passo seguinte é examinar o colo do útero através do exame de toque, para avaliar a dilatação, a abertura do colo e detetar a posição do bebé. Caso ainda não tenha atingido os 3 cm de dilatação, é possível que seja aconselhada a voltar para casa. Ao atingir esta dilatação, a grávida é internada, ficando a soro simples, cuja a função é a hidratação. Se for necessário, é introduzida no soro uma substância que acelera o trabalho de parto, a oxitocina. Todas as dores características desta fase do trabalho de parto podem ser consideravelmente diminuídas por uma forma de analgesia, a anestesia epidural. Esta deve ser administrada no início da fase ativa do trabalho de parto, quando já há, pelo menos, 3 cm de dilatação, permitindo à mulher manter-se calma, colaborante e consciente. Contudo, a epidural não pode ser administrada cedo demais, podendo provocar o atraso do trabalho de parto. Com o aumento da intensidade das contrações – com intervalos de 3 a 5 minutos – aliado ao desconforto físico e cansaço, a ansiedade e o medo crescem. Dicas:
- Procure respirar fundo, as técnicas de respiração ajudam a manter a calma e o controlo;
- Apoie-se no seu companheiro, que pode mesmo fazer algumas massagens para relaxar;
- Pode procurar mudar de posição, levantar-se ou caminhar um pouco pela sala, devendo sempre consultar o médico ou enfermeira.
Fase de transição ou parto ativo
As contrações são mais regulares e menos espaçadas – com 2 a 3 minutos de intervalo – e as dores acentuam-se, sendo cada vez mais difícil relaxar os músculos. Já tem 4 cm de dilatação cervical e é provável que seja transferida para a sala de partos. Durante a fase de transição, a dilatação aumenta um centímetro e meio por hora. Em breve, o colo do útero forma um só canal com a vagina para permitir a passagem do bebé. Normalmente, esta é a fase mais curta do trabalho de parto, mas também a mais intensa. Dicas:
- Mantenha-se concentrada e objetiva, já falta pouco;
- Tente encontrar a posição mais confortável para si;
- Exercite a respiração e aplique técnicas de relaxamento;
- O seu companheiro deve ficar ao seu lado para a apoiar.
2ª Fase: Expulsão do bebé
Quando o colo do útero está completamente dilatado (10 cm), tem início a segunda fase do trabalho de parto: a descida e o nascimento do bebé.
A seguir vem a etapa decisiva: a da expulsão, podendo demorar apenas alguns minutos ou até uma hora. Quanto mais força conseguir fazer, mais rapidamente o bebé percorre o canal de parto. Preste sobretudo atenção às instruções do médico para controlar o esforço e a respiração. Vai precisar de toda a sua energia e concentração para ajudar a dar à luz o seu pequeno rebento. A cada nova contração, inspire profundamente e não deixe sair o ar enquanto estiver a fazer força. Depois, expire. Após a cabecinha estar cá fora, o resto do corpo do bebé desliza facilmente. Ao ouvir o choro do bebé, a emoção quase se confunde com a sensação de alívio. O cordão umbilical é pinçado (para evitar hemorragias na mãe e no bebé) e cortado. As contrações continuam, mas agora mais brandas. Com o nascimento do seu pequeno rebento, o laço físico que a ligava a ele rompe-se e um novo laço verdadeiramente mais forte nasce. A emoção é avassaladora. Dicas:
- Pratique a respiração para que possa manter-se tranquila e para que seja possível sincronizar todas as ações do seu corpo para o nascimento do bebé;
- Tenha uma atitude colaborante para com as indicações que lhe são dadas;
- A presença do seu companheiro (ou outro acompanhante) poderá acalmá-la e até dar-lhe alguma confiança.
3ª Fase: Saída da placenta
Imediatamente após o nascimento, o bebé vai para as mãos do pediatra, que avalia o seu estado geral nos primeiros minutos de vida. O pequeno rebento é pesado e limpo, sendo-lhe colocada ainda uma pulseira de identificação para evitar trocas. Se estiver tudo bem, o bebé é colocado nos braços da mãe. Contudo, o parto só termina com a saída da placenta ou dequitadura. As últimas contrações provocam a expulsão da placenta. Após a expulsão, durante 10 a 30 minutos, a equipa médica garante que não há nenhum resíduo – partes da placenta ou das membranas – na cavidade uterina e canal de parto. Pode ainda ser necessário suturar o períneo, caso tenha sido rasgado ou cortado (episiotomia) para alargar o canal vaginal. É natural que nos primeiros momentos imediatamente a seguir ao parto se sinta um pouco trémula devido a toda a adrenalina e ajustes do corpo durante o nascimento do bebé. Há ainda mulheres que têm alguma dificuldade em prestar logo atenção ao bebé. Isto deve-se sobretudo ao cansaço e exaustão extrema. Caso isto aconteça, não fique preocupada. Afinal, a partir de agora, terá todo o tempo do mundo para olhar, desfrutar e mimar o seu pequeno rebento.
Fonte: http://www.babysteps.pt/artigos/fases-do-trabalho-de-parto-o-que-acontece
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