O novo coronavirus alterou por completo a nossa forma de viver e de nos relacionarmos. Obrigou-nos a mudanças abruptas e adaptações na nossa vida pessoal e profissional, não sabemos até quando.
Numa altura em que a ansiedade está ao rubro e a expectativa de conseguirmos voltar a ter uma “vida normal” é gigantesca, surge a questão “Posso fazer a vacina da Covid19 grávida ou a amamentar?“
Iremos tentar responder a esta pergunta que tanto tem preocupado mamãs e futuras mamãs:
Sabemos que existem dois tipos de vacinas:
1) vacinas de mRNA (Pfizer e Moderna) e,
2) vacinas de vetores virais (Oxford e Gamaleya).
Sabemos, por exemplo, que mulheres a amamentar foram excluídas de ensais clínicos logo há poucos dados.
Sabemos também que não existem vacinas contraindicadas durante o período de amamentação, das vacinas já comercializadas e constantes do Plano Nacional de Vacinação Português (poderão existir exceções em relação a vacinas extraplano) pelo que, seguindo o raciocínio de que uma mulher Covid19+ pode e deve amamentar e, desta forma, transmite imunidade ao bebé, então da mesma forma acreditamos que passe imunidade se for por intermédio da vacinação.
(Fonte: https://www.infantrisk.com/covid-19-vaccine-pregnancy-and-breastfeeding)
Relativamente à gravidez (e também amamentação), partilhamos convosco o parecer das principais entidades nesta área:
A Food and Drug Administration (FDA) faz referência a possíveis consequências na gravidez, não especificadas.
Não existem dados que nos tranquilizem e confirmem existir risco ou não: nos testes realizados, a Pfizer faz referência a 4 mulheres que saíram do teste por terem engravidado (Fonte: https://www.fda.gov/media/144246/download);
A Moderna considera a gravidez e a amamentação contra-indicação absoluta para não integrar o grupo de teste (Fonte: https://www.fda.gov/media/144452/download)
Para o Royal College of Obstetricians and Gynaecologists (Reino Unido – RCOG), a vacina é desaconselhada tanto na gravidez como na amamentação.
Fonte https://www.rcog.org.uk/en/news/covid-19-vaccination-and-pregnancy/
O American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG) defende a definição de grupos prioritários sendo que a decisão de vacinação deve ser tomada caso a caso, com o argumento de que as vacinas de mRNA não são vacinas vivas e considerando que em mulheres grávidas há um risco superior de doença grave, comparativamente com a infeção em mulheres não grávidas.
Fonte: acog.org/clinical/clinical-guidance/practice-advisory/articles/2020/12/vaccinating-pregnant-and-lactating-patients-against-covid-19
O Center for Desease Control (CDC) reitera o risco acrescido de doença grave na gravidez, já referido pela ACOG e sugere que uma comunicação oficial dos riscos e benefícios será facultada assim que existirem mais dados nesta população, nomeadamente após o término dos estudos fase III.
Fonte: https://www.cdc.gov/vaccines/hcp/acip-recs/vacc-specific/covid-19/clinical-considerations.html