Promover a saúde no período pré-concecional é uma forma de contribuir para o sucesso da gravidez, uma vez que muitos dos fatores que condicionam negativamente o futuro desta podem ser detetados, modificados ou eliminados, antes que a mulher engravide (DGS, 2006).
No período pré-concecional, as mulheres reúnem melhores condições para a mudança de comportamentos, inclusive para garantir um peso adequado. Um dos aspetos onde o fator mudança pode intervir é na área alimentar, nomeadamente ao nível da adoção de hábitos alimentares saudáveis. Além da importância do estado nutricional prévio à gravidez, o peso corporal e a distribuição de gordura são fatores determinantes para a fertilidade da mulher e para uma gravidez saudável (Cani & Porto, 2008; DGS, 2015; Marisa & Bastos, 2012).
Nesse sentido, é importante que todas as mulheres que planeiam engravidar devam:
-Aumentar o consumo de alimentos ricos em ácido fólico, ferro e iodo
-Moderar o consumo de bebidas com cafeína
-Evitar ingerir bebidas alcoólicas
Sabe-se que a suplementação em ácido fólico (DDR é 400 µg/dia) é uma medida fundamental na pré-conceção, uma vez que ajuda a prevenir defeitos do tubo neural.Nesse sentido, é importante para além da suplementação, ingerir alimentos ricos em ácido fólico, como frutos e hortícolas, cereais integrais e leguminosas (DGS, 2015).
Outro micronutriente importante é o iodo. A sua suplementação deve ser iniciada o mais precocemente possível na forma de iodeto de potássio(DDR é 150-200 µg/dia), desde que não existam contraindicações para o fazer. Para além da suplementação, é importante consumir alimentos fortificados com iodo, nomeadamente, o sal iodado (DGS, 2015).
Quanto ao ferro, a suplementação deve ser iniciada no período pré-natal com 30-60mg/dia de ferro elementar, na ausência de contraindicações. A ingestão de alimentos ricos em ferro, como carne e peixe, leguminosas e hortícolas de folhas verde escuro é também importante. Uma forma de melhorar a absorção de ferro é incluir uma fonte de vitamina C, como por exemplo, o sumo de laranja (DGS, 2015).
As mulheres grávidas devem limitar a ingestão de cafeína acima de 200 mg/dia, o equivalente a 2 cafés. Outras fontes de cafeína são o chá, o cacau e os refrigerantes. Em relação, às bebidas alcoólicas, estas devem ser evitadas antes da conceção, porque podem interferir com a fertilidade (DGS, 2015).
Vamos focar-nos agora nas mulheres grávidas com excesso de peso (IMC entre 25 e 29,9 kg/m²) e obesidade (IMC > 30kg/m²), pois nestes grupos, as necessidades nutricionais são diferentes. Em relação ao ácido fólico é recomendado que comecem a tomar um mês antes de engravidar e continuem pelo menos durante o 1º trimestre de gravidez. Para mulheres com excesso de peso ou obesas, a recomendação é habitualmente superior. A vitamina D está também menos disponível em pessoas obesas, sendo recomendada a toma de pelo menos 1000 UI/dia na forma de suplementos (Cani & Porto, 2008)(Urrutia&Thorp, 2012).
Atualmente, a mulher tem mais consciência da importância da adoção de um padrão alimentar equilibrado e variado, mas considera que é bastante difícil adotá-lo. Algumas das barreiras à sua implementação são a falta de tempo, os alimentos não serem apelativos e a informação controversa. Ter a ajuda de um nutricionista é fundamental para que este padrão alimentar seja adotado de uma forma bastante simples. Para além disso, desde cedo, torna-se necessário promover, a adesão a um estilo de vida saudável, onde se conjugue uma escolha variada e equilibrada de todos os grupos de alimentos, com a prática regular de atividade física de forma a, não só controlar o ganho de peso, como também adquirir um bom estado nutricional (Lebreiro, 2006).
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Bibliografia:
Cani, L., & Porto, M. D. (2008). Alimentação e Nutrição em grávidas adultas.
DGS. (2006). Prestação de cuidados pré-concepcionais. Circular Normativa, 5. https://doi.org/10.1017/
DGS (2015). Alimentação e Nutrição na Gravidez.https://www.
DGS (2015). Programa Nacional para a vigilancia da gravidez de baixo risco.
Lebreiro, A. (2006). Especificidades Nutricionais da Gravidez, 91.
Marisa, L., & Bastos, D. (2012). Instituto Politécnico de Viseu Escola Superior de Saúde de Viseu. Revista Politécnica de Viseu, 2(1), 115.
Urrutia, R. P., & Thorp, J. M. (2012). Vitamin D in pregnancy. Current Opinion in Obstetrics and Gynecology, 24(2), 57–64. https://doi.org/10.1097/GCO.