Após o parto entramos numa fase de namoro intenso com o nosso bebé. Rara é a mãe que não se foca inteiramente no bebé e em todos os cuidados e novas exigências da nova vida a três. É importante fazer referência e incentivar o cuidado à nova mamã, pois está numa fase de ativa recuperação.
A recuperação após o parto, do ponto de vista físico, nunca deve ser descurada. O nosso objetivo é alertar para uma situação muito frequente que se pode verificar no pós-parto, chamada diástase abdominal.
O QUE É A DIÁSTASE ABDOMINAL?
Na região abdominal temos um músculo, o “reto abdominal” que, durante a gravidez se vai afastando, de forma a permitir o aumento da cavidade abdominal para alojar um bebé, em constante crescimento.
Esta separação, cada vez maior, é resultado da distensão do tecido conjuntivo que une ambas as partes do músculo. Após o parto é expectável que estas “duas porções” regressem ao local habitual o que por vezes não acontece por si só. Sendo uma situação muito comum na gravidez e após o parto tem sido relacionada com instabilidade da coluna lombar, da região pélvica e fraqueza dos músculos do pavimento pélvico (Benjamin, D. R., van de Water, A.T.M. & Peiris, C.L., 2014).
O PÓS-PARTO E A RECUPERAÇÃO
Após o parto, esta separação tende a normalizar, sendo o exercício físico um forte aliado para a sua recuperação. Porém, uma correta avaliação física é importante pois este afastamento poderá ser excessivo e a sua recuperação, consequentemente, mais prolongada, interferindo com a força destes músculos, com a estabilidade da coluna e com a postura. É o que chamamos de Diástase Abdominal Patológica.
Na sua presença, as atividades de vida diárias ficam mais dificultadas e há maior probabilidade de desenvolver dor lombar, hérnias e incontinência. Mesmo que a recém-mamã não apresente uma diástase abdominal significativa, alguns exercícios são contraindicados nesta fase, pois há ainda o risco de vir a desenvolvê-la. A recuperação pós-parto deve incluir a prática de um conjunto de exercícios direcionados para todos os músculos abdominais, dos mais superficiais aos profundos.
Esta premissa leva-nos logo a pensar nos exercícios abdominais mais convencionais, como o crunch ou site-up, para fortalecer os músculos superficiais. Estes exercícios, contudo, neste contexto são contraindicados uma vez que os músculos abdominais, fracos e distendidos, não estão preparados para suportar devidamente a grande pressão interna que é gerada neste exercício. Esta pressão intra-abdominal pode afetar negativamente os órgãos, a coluna lombar e os músculos do pavimento pélvico; todos estes também em recuperação e, portanto, mais vulneráveis (Scapens, L., 2015).
Programas de exercício específicos para a recuperação pós-parto que integrem estas e outras preocupações importantes, são altamente recomendados.
Fisioterapeuta Adriana Pires Instituto 4 Life
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